quinta-feira, 15 de julho de 2010

Postagem de 2006 - Artigo 015

Vivendo o Trigésimo Dia

Por Júlio Wandam

A situação atual de degradação e poluição do planeta, afetando ecossistemas cada vez mais fragéis devido a ação humana de conversão da natureza em escravo diário das necessidades da indústria crescente, com o consumo descompassado, aliado a explosão populacional de bilhões de habitantes, que estão exaurindo e destruindo as fontes de recursos vindas do meio ambiente, que nos dá US$ 33 trilhões de doláres anuais em benefícios diretos com água potável, ar puro e solos fertéis, ofertando suas dádivas para serem devolvidas através do lixo e o chorume poluente, da poluição atmosférica de carros e indústrias e a poluição da água, fonte da vida sendo contaminada pelo esgoto, agrotóxicos e outros químicos poluentes, está chegando no limite aceitável, tanto para nós, seres humanos, quanto para a natureza, nossa mantenedora da Vida.

Para quem milita na causa inglória de defesa do futuro, tais fatos, sinais dados pelo Planeta Terra com tanta destruição em seguidos eventos, nos remete ao pensamento do monge Budista Daisaku Ikeda, autor de Dialógos para a Paz, escrito conjuntamente com Mikhail Gorbachov, fundador e
Presidente de Honra da Cruz Verde Internacional.
Segundo a Sábia palavra oriental, contada pelo monge, o Planeta poderia ser comparado à um lago, onde lírios-d´água se desenvolvessem a cada dia duas vezes a área em que ocupam.
Prevendo-se que levariam 30 dias para ocupar toda a superfície do lago. No 29º dia, somente metade da superfície estará coberta. Aqueles que olharem o espelho d´água naquele dia vêem que metade do lago ainda está normal e pensam que a situação não é catastrófica.
Mas, na realidade, até a invasão total resta somente um dia!
Daisaku Ikeda conclui comparando o mundo atual, com seus problemas de crescimento demográfico e superconsumismo, que provocam a escassez de recursos minerais e das fontes de energias fósseis.
O que observamos, é que estamos vivendo o Trigésimo dia.
O que ocorreu na Amazônia, relacionadas a seca dos rios e em outras partes do planeta é a clara evidência de que estamos vivendo este momento e ele foi desencadeado simultâneamente.
Furacões e tufões varrem o hemisfério norte. Ciclones nunca vistos no atlântico sul.
Degelo no ártico, degelo na antártida. Rios, lagos e lagoas desaparecendo. Chuvas torrenciais e secas inesperadas para a população e as economias de muitas cidades, do sul ao norte do Brasil.
Há 34 anos atrás, outro Sábio monge, este chamado Ambientalista José Antônio Lutzemberger, nos alertava sobre as probabilidades de que as queimadas e desmatamentos afetariam e iriam modificar o clima planetário, principalmente na região amazônica, a qual afirmava ser a região o ar condicionado da Terra. Não era profecia, era avaliaçao empírica, mas carregada de saber. Nos deixou em 2002, e alertava-nos sobre a ardilosa orquestração de uma segunda Revolução Verde na agricultura, com a introdução dos transgênicos na alimentação, na produção e consumo da população e na dependência dos produtores aos grandes conglomerados industriais, principalmente americanos. Pior que os transgênicos está por vir e com uma velocidade assustadora e similar a tecnologia que propõe maior rapidez e eficiência, tanto na produção, quanto no uso e consumo de produtos com esta versão mais acurada, feita em laboratórios.
Daremos um salto quântico para o futuro com a nanotecnologia, que promete um mundo melhor, só que não sabem o quanto e nem como, ou para quem serão as melhorias neste Admirável Mundo Novo que os cientistas estão preparando para a humanidade.
A ciência não tem resposta para tudo, segundo cientistas mais otimistas, que não assumem a necessidade da sociedade participar junto nas decisões sobre se tais pesquisas serão úteis para a população mais pobre do planeta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário